Você está tremendo, amor. Aconteceu alguma coisa? 🤨🤔😕
Bolsonaro engoliu em seco, ainda um pouco perturbado. Estava todo encolhidinho, em posição fetal. Michelle o abraçou de conchinha, como se o envolvesse em um berço. Dedicava um cuidado quase maternal. Seus dedos se entrelaçavam pelos fios de cabelo. Jogava-os de lado compondo o mesmo penteado que ele usava desde a infância. Deixou que ele puxasse uma de suas mãos e levasse à boca o polegar.
E então, meu bebê, está se sentindo melhor? 💆♂️
Jair tirou o dedo dela da boca e resmungou:
Que isso, Michelle, me chamando de bebê agora? 😠😤
Só estou brincando. Você é meu machão! 😏🔥😈
Ah, bom! Aí, eu gostei! 💪😎❤️🔥
Ele soltou um riso sacana. Recuperou a autoestima e a virilidade, o que o conectava ainda mais às suas características primitivas. Virou-se de frente para ela, com um olhar de predador. A língua umedeceu os lábios. Estava faminto. Levou as mãos para baixo dela. Apertou como se os dedos mastigassem a carne macia de seu bumbum.
Tentou se recordar da última vez que comera a esposa. Não obteve nenhuma imagem. Talvez porque já fizesse muito tempo. Todavia, esta seria uma insinuação leviana, por não levar em conta que sua vida se tornara uma confusão desde o primeiro dia na presidência. O cérebro era uma zona; impossível dizer onde guardava as lembranças das relações sexuais. Se ele conseguisse acessar o inconsciente e revirasse o lixo, com certeza encontraria algumas. Por sinal, não muito agradáveis.
Vem aqui, me chama de cavalão! 🐴🌝🔥
Ele puxou o ar para soltar o grito sertanejo. As primeiras vogais até escaparam pela boca, rapidamente fechada por Michelle como uma garrafa de refrigerante cheia de gás. Foi um movimento brusco mas eficiente. Também um movimento desesperado com contornos de fúria. Ele sabia muito bem o quanto ela odiava aquele berro. Agora reinava o silêncio, exceto pelo ruído quase imperceptível de sua respiração ofegante e aliviada. O silêncio era sublime - ela se deu conta - uma preciosidade de Deus. Já teria identificado seu valor há muito tempo, caso acompanhasse as declarações diárias do presidente na entrada do Alvorada.
Bolsonaro não se importou tanto com a mão de Michelle em sua boca. Mordiscou a palma da mão e a primeira falange do polegar. Em pouco tempo, o dedo inteiro estava na boca, tal qual um anzol. Ele ainda se agitava em espasmos contínuos à semelhança de um pescado. Logo estaria tão molhado quanto um. Transpirava tanto que o edredom colava em suas costas feito velcro. Os pulmões se encheram com o cheiro salgado do mar.
Que inferno!, pensou, desgarrando-se da esposa.
Ele se levantou desajeitado e de repente. Era como acordar nas florestas úmidas do Vietnã para se defender dos comunistas. Mas ele era capitão da reserva e só de levantar o pescoço, sentiu o estalar das vértebras, seguido por contrações musculares, e uma pontada de dor subiu pelo pescoço envelhecido.
Puta merda, disse para si mesmo antes de puxar o edredom e jogá-lo para longe como uma rede de pesca.
Ele a ignorou.
Mulher fresca do caralho, pensou irritado com a dor latejante no pescoço.
Pôs-se de costas e pediu uma massagem.
Meu Deus, ele é folgado demais, ela respondeu em pensamentos.
Pressionou as regiões do ombro e do pescoço. Uma ideia errada apareceu e desapareceu rapidamente. Ele tinha a respiração travada e, ainda que ela não estivesse pressionando, afrouxou os dedos preocupada. Pela boca aberta, um fio de saliva escorria pelo travesseiro. Expirava um ar úmido que transportava vírus e bactérias. Ele gemia, mas ela não. Ainda não. Mesmo com a dura realidade golpeando e esfacelando sua fantasia de homem ideal, não iria desistir de fazer amor. Puxou o marido de frente, pressionando seus seios contra ele, que, contrariado, soltou um grunhido de javali.
Não entendi, você disse alguma coisa? 😑😒
Como homem de poucas palavras, Jair colou seus lábios nos dela, cheio de atitude. Projetou a língua agitada que foi de encontro a portas fechadas. Ela ficou serpenteando sobre uma barreira de dentes brancos, sentindo um gosto amargo de rejeição e de desleixo com a higiene bucal. Transbordava-se em irritação. Chegou a receber dois beijinhos na testa franzida. Totalmente ineficazes. Ele queria mais, muito mais. Tentou beijá-la de novo. Ela se virou e recebeu um beijo na bochecha. Os lábios dele rastejaram de lado, deixando um rastro molhado, até se encontrar com os dela. Ela não moveu o rosto desta vez, porque ele a segurava pelo queixo. Jogou a cabeça para trás e disse:
Michelle parou para tragar um pouco de ar.
Espera aí, vamos fazer diferente. 😏🤭😇
Michelle ficou por cima e empurrou o quadril no colo dele. Um movimento de colisão seguido pelo atrito de pele com pele. Uma, duas, três vezes... e, depois de alguns encontros entre os sexos, ela percebeu que a coisa permanecia flácida e encolhida. Parecia morta e próxima ao estado de decomposição. Sentindo os pelos roçando na palma da mão, agarrou todo o conjunto. Estava lá, inteirinho na sua mão, com a consistência de um molusco.
Você não disse que tinha tomado? 🤨💊🤔
Era mentira e, sobretudo, a negação da realidade. O machão dos machões não poderia ser impotente. Que desgraça do caralho, ele pensou inconformado, mesmo sem ter razoável dimensão do problema. Para quem tinha a masculinidade fragilizada, o mais preciso seria classificar tal situação como uma verdadeira tragédia, ainda mais porque não se tratava de uma impotência qualquer. Jair era broxa mesmo quando recorria aos estimulantes.
Sei… você precisa relaxar. 🧘♀️
Quer pegar as coisas no cofre? 🙈🌝🕵
Não precisa. Eu vou dar um jeito, meu cavalão! 😈😈
Bolsonaro se estremeceu todo e relinchou.
Michelle cuspiu na mão e começou os primeiros movimentos de pinça com os dedos. Trabalhou muito. Tentou estimulá-lo dentro dos limites de seu corpo. Usou as mãos, a boca, os seios, o bumbum e os pés. Sua maior conquista foi um meia-bomba. Todo seu prazer foi se esvaindo em uma correnteza, sem que o marido nem sequer percebesse, quão concentrado estava na tarefa de enrijecê-lo.
Ele também pensava em outra mulher. Suas inspirações, ao contrário da esposa, não tinham identidade determinada. A amante era muito bonita e com certeza atrairia toda atenção por onde quer que passasse. Tinha os cabelos pretos escorridos na altura dos ombros. Usava um quepe verde escuro com o brasão das forças armadas. O restante do uniforme era totalmente inapropriado para o exercício militar. A maior parte de sua pele estava descoberta. Cobria os seios siliconados com um top e os quadris, também avantajados, com uma saia bem curtinha. Ambos com estampa fardada. Era mais alta que Jair e parecia ainda mais, porque ele a observava de baixo para cima, prostrado de joelhos aos seus pés.
Michelle já havia perdido a fé quando sentiu o pau entre os dedos pulsando. Agarrou-o com mais força, trazendo-o para mais perto da virilha. Não tinha necessidade de puxar tão forte, mas a dor não pareceu incomodá-lo. Permanecia concentrado em atender os caprichos da amante imaginária. Agora ele se via com a cabeça rente ao chão, na altura do coturno brilhante recém-engraxado. Passou a língua em couro irreal, sentindo falta da textura e do sabor. Teve de compensar, lambendo o dorso da própria mão, afundando-se ainda mais na fantasia.
Michelle acelerou os movimentos. Nem muito devagar, nem muito rápido. Cadenciado como trilhos de trem. O suficiente para manter o órgão ereto e funcional. Enquanto isso, a calcinha imaginária desceu pelas pernas da amante até o chão. Estava ali, bem na frente de Jair. Ele até respirou fundo à procura de odores familiares. Levantou a cabeça devagar, até que estivesse curvada como um ponto de interrogação. Os olhos estrábicos apontavam para uma linha grossa vertical. A boca aberta começou a salivar.
Não conseguiu segurar por cinco minutos? 🙁🤌😠
Olha, Michelle, você cala essa boca! 😠😡🤬
Vai, se quiser, chupa aí e não me enche o saco. 😒😒
Nossa, você é muito escroto. 😮💨💔
Ai, nossa, você é muito escroto. 💁♂️🧚🦄
Jair falou com uma voz feminina e afetada.
Puta que pariu, você quer que eu faça o quê? 🤷♂️
Faz esse negócio funcionar. 🙄🐣🤏
Eu não. Tá tudo gozado. 😒🤮
Ah é, e você esperava o quê? 😡
Mais de cinco minutos. 😩😭